domingo, 2 de dezembro de 2007

Um dia de domingo...

Tudo bem, cansei! Hoje é domingo... Espera-se tanto por ele e quando chega é uma multidão de impossibilidades. Não há como preencher a ferida do domingo.
Acordar, café, passear com o cachorro, horas perdidas... antes o calor do lençol, antes ter ficado na cama. Alguém diria: "tanta vida lá fora, pessoas, oportunidades", talvez tenham razão, mas antes que eu responda, uma amiga diz: "não, hoje é domingo. A ferida abriu-se, estranho sangue jorra daí.
Celulares entram em ação, comunicadores instantâneos... onde estão os amigos? Todos tentando cicatrizá-lo. Almoçar? juntemos algumas pessoas, falemos, dancemos, banalizemos, tudo para recheá-lo.
O que deveria ser escape, transforma-se na sessão tortura:pelos bares pessoas perdidas, em busca de si mesmas ou de reaver o que a vida lhes tirou. Outras simplesmentes choram ao som de trilhas sonoras dominicais e litorâneas ou lamentam o amor perdido no fundo do copo. Eu, por minha vez, às vezes imito, outras observo e sempre compreendo.
Domingo é um estado de espírito ... de espírito atormentado necessitando ser exorcizado.
Como preenchê-lo, como refazê-lo? Lugar comum a resposta: preenchendo-se, refazendo-se, nem que seja com uma boa noite de sono.
Acabou?
Em parte: espírito dominical não exorcizado jamais terá o perdão dos sonhos. Eles te aguardam, só para trazer de volta, matreiramente, o que o domingo não conseguiu te fazer esquecer.