quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Retrato da total falta de inspiração... Culpa dos tecnicismos docentes. Ainda bem que Ela existe: a minha Clarice.

"Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Neste vazio é que existo intuitivamente. Mas é um vazio extremamente perigoso: dele arranco sangue. Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavras que digo escondem outras - quais? Talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no fundo do poço."

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A seleção e o ditador.

Brasil disputou as Copas de 34, 38, 66, 70, 74, 78 e 82 sob coturnos.

Ora Getúlio, ora generais.

Ganhou apenas em 1970.

Silenciosamente.

Os gols de uma geração genial calando os gritos do porão.

Perdeu em todas as outras.

Durante os anos de chumbo.

O futebol brasileiro foi visitado pela Inglaterra e pela Rainha.

Pelos alemães com seu Kaiser.

Países democratas.

Os quais pouco se importavam das torturas e censuras nacionais.

O importante era a bola e as chuteiras imortais.

Hoje, o Brasil deu o troco.

Por alguns milhões de euros.

O Brasil referendou uma ditadura corrupta.

Um país que se libertou do chão miserável do apartheid.

E foi tungado por seu libertador.

Um economista marxista que manda calar quem discorda de suas palavras.

Um ditador que se tatuou no poder desde 1980.

Pois é.

A seleção se locupletou no país da AIDS.

O verde-amarelo desfilou na terra da fome.

A CBF desceu ao último degrau da democracia.

2 de junho de 2010.

O dia infame da seleção brasileira e do ditador...

Roberto Vieira


sexta-feira, 11 de junho de 2010

O início, o meio e o fim

Sem mais delongas e justificativas de afastamento, venho hoje, depois de uma breve, porém curiosa conversa (pasme!) no trabalho. Uma colega, igualmente professora, casada, narrando uma reportagem de capa que lera na Revista SUPER-Edição 278.

Curiosa que sou, claro, fui checar (as ediçoes anteriores são abertas na rede, caríssimos seguidores) E advinha? Uma não tão breve abordagem sobre os mecanismos do AMOR didaticamente dividido: Amor-o início; Amor-o meio; Amor-o fim. rs

Piegas? Talvez não. A mim parece mais uma tentativa de explicar o que é tão cotidianamente claro, mas que escolhemos não entender. Rejeitamos a condição cíclica e circunstancial da vida e preferimos idealizar o que nossa natureza, nossa condição antropológica não queria (e não quer!): O mito romântico de amor eterno. Ainda assim, idealizamos a família do comercial de margarina e o "para-sempre-incondicional" dos enlatados americanos.
Nem tão piegas assim, mas repetitivo tentar, com a ciência (por merecedora de crédito), nos fazer entender o início, o meio e o fim, tecnicamente traduzidos em o paraíso, a calmaria e o inferno.
Apesar de interessante, nenhuma novidade. Classificam a condição afetiva, dessa vez, cientificamente. No geral, avalia os casais como backups evolutivos, com meras necessidades de sobrevivencia e reprodução e que os relacionamentos apenas fazem parte disso tudo.

Tão mais simples seria se nao fossemos bombardeados de termos excessivamente valorativos e charlatãs relacionados ao amor, tais como "grande", "eterno", "belo", "maravilhoso". Como seria simples se nos nossos maiores delírios conseguissemos trocar por "real", "audacioso", "conflitante", "prazeroso-e-infernal". Pode não ser tão doce, mas ao menos saberíamos o que encontrar e que caminho seguir. Olharíamos as pessoas como realmente são e o para-sempre seria o que de fato é: apenas consigo mesmo. Defendo a condição clícica e circuntancial do amor porque com todo o resto é assim. Pq nesse ponto haveria de ser diferente?

Creio que a reportagem tende a ser muito mais informativa que esclarecedora de sentimentos humanos ou do que nos move a certas escolhas. Peca por omissão. Não somos apenas backups evolutivos/reprodutivos. Esqueceram de dizer, na ediçao em discussão, que o início, meio e fim.. fazem parte do "tudo" que sempre chega e que por isso vai, porque essa é a lei. Amores acabam porque cumpriram o seu ciclo. Ponto. E porque, certamente, outro recomeçará (Isso sim é piegas!). Regrinha ilustrada em belos versos do Zeca Baleiro:


"Não fui eu nem Deus, não foi você, nem foi ninguém
Tudo que se ganha nessa vida é pra perder
Tem que acontecer, tem que ser assim
Nada permanece inalterado até o fim.
Se ninguém tem culpa, nao se tem condenação
Se o que ficou do grande amor é solidão
Se um vai perder, outro vai ganhar
É assim que e vejo a vida e ninguém vai mudar"


Apesar de tudo, a reportagem esclarece pontos interssantes ou pelo menos tenta justificar nossos comportamentos afetivos. Acredito que qualquer coisa q nos ajude a entender, não o amor, mas a nós mesmos, vale a pena ser lido. E como sou boazinha. Deixo os links para quem quiser saber:

1. o que te faz contar os segundos para estar com o(a) amado(a) - o início
2. mesmo que a paixão tenha diminuído (ou acabado) o que (ainda) te faz olhar pra ele(a) com um doce sorriso amarelo - o meio
3. a explicação para aquela vontade de esganar o namorado ou marido..rs - o fim

sábado, 3 de abril de 2010

Retorno

Amigos,
Tolerância com essa blogueira afamada... (mal?) Tentando alcançar a unimultiplicidade, assoberbada de trabalho em 3 turnos.. tentando esticar os dias. Inspiração foi minada. Deve passar logo, logo... Exaustão faz isso...mas ainda temos chance. Em breve estarei por aqui tentando refletir sobre essa coisa que me assola a alma.