sexta-feira, 2 de julho de 2010

A seleção e o ditador.

Brasil disputou as Copas de 34, 38, 66, 70, 74, 78 e 82 sob coturnos.

Ora Getúlio, ora generais.

Ganhou apenas em 1970.

Silenciosamente.

Os gols de uma geração genial calando os gritos do porão.

Perdeu em todas as outras.

Durante os anos de chumbo.

O futebol brasileiro foi visitado pela Inglaterra e pela Rainha.

Pelos alemães com seu Kaiser.

Países democratas.

Os quais pouco se importavam das torturas e censuras nacionais.

O importante era a bola e as chuteiras imortais.

Hoje, o Brasil deu o troco.

Por alguns milhões de euros.

O Brasil referendou uma ditadura corrupta.

Um país que se libertou do chão miserável do apartheid.

E foi tungado por seu libertador.

Um economista marxista que manda calar quem discorda de suas palavras.

Um ditador que se tatuou no poder desde 1980.

Pois é.

A seleção se locupletou no país da AIDS.

O verde-amarelo desfilou na terra da fome.

A CBF desceu ao último degrau da democracia.

2 de junho de 2010.

O dia infame da seleção brasileira e do ditador...

Roberto Vieira