terça-feira, 17 de junho de 2008

Agora sei e afins..

Um dia como o de hoje... onde tantos sentimentos ressurgiram e apesar disso, não consigo escrever nada. Sinto-me bloqueada para o que melhor sei fazer: falar de mim e do que sinto..
Entao ouço canções. Canções que falam de mim, falam por mim. Pensei criar um playlist completo, talvez juntar os versos e quem sabe, assim, recriar algo coerente sobre a confusão de sentimentos que pro aqui deixa rastros. Lágrimas! A criação não faz parte de mim, ao menos nao hoje.

Horas e horas perdidas. Dane-se o trabalho acumulado, os compromissos...

Nietzsche tinha razão, " a vida sem música seria um erro...". Mas agora quem erra sou eu, mas na escolha das palavras, erro despudoradamente... Entrando em delírios só me resta a música.

(Re) Descobri uma música do Kid Abelha, datada de 1989, contemporânea, apesar do tempo, que discorre sobre descobertas. Chama-se "Agora sei", cuja letra fala, entre outras coisas, sobre as necessidades que surgem qdo a vida adulta nos chama, ou quando o amor nos deixa. Entre versos difíceis encontro-me com " é preciso jogar os sonhos fora e preparar o próprio funeral". E, assim, abrindo mão da própria ingenuidade ou do que ainda resta dela, ensina a canção que é preciso esquecer coisas que já não cabem mais. "Acabou a puberdade, essa é a nossa casa e não a dos nossos pais.. vamos deixar pra tras toda forma de dor.."

Diz tb que, alguma hora, é preciso trancar as portas, nem que seja por sobrevivência.

"Agora sei que é bom
Que se perca a ingenuidade
Ainda que a gente queira
Acreditar em ilusão".

Quanto ao amor... bom, para este a música não traz novidades... Paula Toller empresta sua magnífica voz para uma metáfora pueril que retoma as velhas verdades...

"Agora sei que o amor
É um sabonete dentro d'água
Quanto mais a gente agarra
Mais ele cai da nossa mão

É preciso jogar os sonhos fora
E preparar o próprio funeral
Qualquer dos dois que vá embora
Pros dois o luto é igual"

Bom.. mas não foi isso que senti, hoje. Senti, visceralmente, outra vez (isso sim!), um luto solitário. A verdade dói, mas liberta.
(Deja vu)

- Aos que, como eu, não se conformam só com a letra, oportunizo o prazer de ouvi-la em: http://pollimnia.multiply.com/music/item/7