domingo, 1 de junho de 2008

é assim...


"Gosto muito de te ver (...)

Gosto muito de você (...)

Para desentristecer (...)
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você (...)

Arrastando o meu olhar como um ímã
(...)
Gosto de te ver ao sol (...)
De te ver entrar no mar
(...)

De estar perto de você e entrar numa"

Eis como estou cantando O Leãozinho do Caetano, hoje. Comendo palavras e versos inteiros, deixando só o que me apetece. Ando fazendo isso com as coisas, cada vez mais freqüentemente. Eclipsando (será que existe essa palavra?) parte daquilo que não quero ver, ler, sentir, tocar. Os astros falam em contradição em todos os horóscopos que tenho lido.

Não ligo para o que dizem os astros. É, como diz o Chico, tanta saudade, é pra matar. Nada mais. Aquilo que vai tomando conta da gente sem alarde, mas com força.
Senti o cheiro desde cedo, ao acordar e prometi a mim mesmo trocar a fronha (mesmo limpa) do travesseiro, assim que chegar em casa. Eu sei. Você nunca deitou nessa cama atual, nem usou a tal fronha ou o travesseiro.

Mas o sonho deve ter passado dos olhos fechados pro tecido, impregnando ele de você. E não quero que você volte hoje novamente. Não quero que chegue devagar, enquanto durmo. Quase sinto sua mão acariciando “minha pele ao léu”.
Por isso não quero você nos meus sonhos, uma vez que acaba saindo da madrugada, ganhando o dia. Toma conta do meu pensamento e das minhas ações, escolhe até as músicas que vou ouvir como que por telepatia.

Deve ter esquecido, claro. Não lembra das tantas risadas e de alguma lágrima. Da rima, da língua, dos sorvetes de casquinha que adoçavam as tardes de sábado. Não lembra da última tentativa que fiz de reter você em mim, prometendo que mudaria. Sim, eu mudaria em seu nome.

A verdade é que nunca tivemos o tempo do adeus. Talvez por isso você volte nesses sonhos