sexta-feira, 18 de abril de 2008

Déjà vu




Hoje encontrei tuas pistas... deixaste tudo por aqui... desalinhos, aromas, vícios... Alguns restos de palavras, migalhas de carinho, suor no travesseiro. As indiferenças, as decisões de-uma-vez-por-todas, as inconstâncias, pedaços de ti (...) Hoje esse apartamento repleto de rastros que nem cheiro de perfume raro, distante, coisa do acaso, consegue ofuscar.

Hoje também a percepção das noites intermináveis, lancinantes, a literatura madastra, palavras utópicas, sobretudo a não-palavra, o fel do não-dito, do porvir. Ah.. o vir a ser... o que faço com isso?

Ainda assim, nada tens a buscar. Tuas pistas não são tuas. Deixe-as comigo para que eu possa reuni-las, refazê-las e transformá-las na maior e mais duradoura insignificância.